Era uma vez, um menino, que acabou o 12º ano, não sabia bem o que fazer pois nunca ninguém o preparou em condições para esse momento e para as escolhas que lhe surgiram à frente. O menino, estava habituado a que todos decidissem por ele, e limitava-se a ter boas notas, a satisfazer as vontades dos pais e a jogar andebol com dedicação e, por vezes, paixão axacerbada.
Quando chegou o dia de decidir se ia trabalhar para a fabrica do pai ou se iria para a Universidade, o menino ficou muito indeciso. Por um lado, ser um futuro gestor e ganhar bem não era mau, mas por outro, este menino tinha um ódio natural ao sector dos moldes e queria construir algo com o seu mérito e não com o mérito do pai. Interiormente, ele sentia que tinha sido talhado para algo superior, Deus o tinha colocado na Terra para cumprir um prop´soti e não era trabalhar numa fábrica de moldes. O pai nunca o induziu a seguir as suas pisadas, a mãe sempre disse para ele seguir os estudos pois: “para o teu bem é!”. E então, o menino decidiu ir para a Universidade de Coimbra pois claro, Não só pela tradição, mas acima de tudo por odiar Lisboa e o Porto ser longe demais… Coimbra parecia a opção correcta, agora so faltava o curso, Economia não podia ser por culpa do desastroso exame de matematica do 12º, então optou pela Faculdade de Economia e por Relações Internacionais. Pelo que ouviu dizer o curso era bom, e até poderia ser diplomata, o que até lhe agradava, não tinha nada que o prendesse a Portugal, e ser diplomata era muito motivador. Escolheu então ser caloiro de RI na FEUC.
Os primeiros tempos na Universidade não lhe correram muito bem, tinha sido habituado a ser um “menino da mãe” e agora estar sozinho numa cidade a ser praxado não era nada fácil… O menino tinha vontade de desistir e voltar para a sua cidade pacata, ou ir para a tropa, tudo menos manter-se em Coimbra. Se alguem o apoiou a não desistir foi a sua mãe, sempre compreensiva e do lado dele, o menino resistiu e decidiu não desistir: “vamos ver como corre a primeira época de exames!?” pensou.
Passado algum tempo, o menino conheceu alguns amigos, com os memsos problemas que ele, todos únicos na sua maneira de ser, mas tão especiais na forma como o acolheram, todos formaram um grupo de amigos que funcionavam perfeitamente e nivel anarquico. Para um fosse, geralmente os outros iam. Saiam, apanhavam umas bubas, jogavam às cartas até às tantas, faziam jantares, iam até casa de umas amigas conversar toda a noite, criaram uma verdadeira irmandade, algo que nos deixa orgulhosos de fazer parte…
Aos poucos, Coimbra revelou-se como a sua mãe adoptiva. A cidade envolvia-o nos seus braços, fazia-o sentir-se à vontade, alguém especial, pertencendo a uma elite de pessoas “diferentes” que podem verdadeiramente contar. Coimbra tinha tudo que este menino presisava para ser feliz: amigos, conhecimento, multiculturalidade, desenvolvimento pessoal, só faltava o amor…
Foi então, que a latada se encarregou de lehe dar o que queria, uma bela caloira… Muito dificil de domar, mas que se notava que era alguem especial. Como em todas as estorias de amor, houve algum sofrimento e desentendimento, mas aos poucos, se notava que era algo de mágico, exemplo dos verdadeiros amores universitários, os que ficam para sempre…
Tudo corria bem para o rapaz, nunca a felicidade o apertara tanto. Tudo o que tem um inico tem um fim, e sem que o menino tivesse mesmo preparado, Coimbra disse-lhe que chegara o momento de procurar outro rumo. “Eu te preparei durante 4 anos, agora é a tua vez de procurares ser um homem, a altura de ser menino chegou ao fim!” Disse-lhe Coimbra. O menino compreendeu, aquela vida não poderia ser eterna, e quanto mais tarde a terminasse, mais tarde conseguiria ser feliz numa outra realidade, a vida de homem.
Ser homem, não foi facil, ainda não o é… Hoje, esse menino ainda sente saudades dos melhores anos da sua vida. Mas, está feliz por saber que teve a oportunidade de ter algo que a maior parte das pessoas não imagina o que é, ser estudante de Coimbra. O adeus a Coimbra, significou o adeus a muitos amigos e amigas, que guardará no coração por muitos anos, talvez eternamente. Significou ainda, o adeus temporario à sua amada, mas o menino, agora quase um homem, sabe que um dia tudo correrá bem para ambos. Aliás, é por isso que luta todos os dias, com as forças que tem e não tem, com vontade ou não, o menino luta para ser feliz, ou pelo menos a lutar por ela…