A Hora do Planeta é uma daquelas iniciativas à qual só os palermas ecologistas aderem, não só porque não tem quaisquer resultados práticos (que interessa ao planeta que eu apague as luzes por uma hora?) mas também porque não é por gastarmos menos electricidade que o planeta se vai tornar melhor, até porque a electricidade não polui.
O problema é quando as preocupações ecologistas se tornam maioritárias, ou “mainstream”, se quisermos. Aí, não só se prova que os outros estavam enganados, como estas preocupações passam a ter um peso político muito maior. E muito do desconforto que tem surgido nos últimos anos em torno do ambientalismo (associando-o, por exemplo, ao “politicamente correcto” que é uma expressão que deriva do mesmo) vem precisamente do facto de que já não só os hippies e os fanáticos do verde que têm este tipo de preocupações. Já começa a ser uma imensa maioria, o que causa algum mal-estar a quem não se dá ao trabalho de separar o lixo em casa.
E a prova de que começa a ser uma maioria é que os grandes avaliadores da opinião, os políticos, começam a atribuir importância a estas questões, mesmo que a versão em papel do Público de hoje não lhe faça uma única referência.
Queria encerrar este post com alguma foto da Ponte 25 de Abril (a ponte que teve outro nome mas que foi mudado porque esse é um procedimento habitual quando há mudanças de regime político) às escuras, ou d’ A Cabra também as escuras, mas infelizmente não é possível.