Archive for the ‘Toffler’ Category

Antevisão da Temporada F1 2008

Março 14, 2008

Esta vai ser, efectivamente, a antevisão mais curta da história deste blogue. Vai em tópicos, tipo clipping:

– A Ferrari dominou os testes de Inverno e Kimi Raikkonen é o grande candidato ao título. Se o conseguir, igualará Alonso como bicampeão, deixando totalmente em aberto para os próximos anos a luta sobre quem é o melhor do pós-Schumacher;
– Hamilton e a McLaren deverão ser os rivais mais directos; Hamilton tem agora toda a pressão e terá de mostrar o que vale. Para mim, creio que o seu colega Heikki Kovalainen ainda vai surpreender muita gente;
– Massa tem de mostrar agora ou nunca que tem estofo para ser campeão além de fazer apenas 7 ou 8 corridas de bom nível por ano.
– Alonso não vai ter carro para lutar pelo título pela primeira vez desde 2005. Veremos se todo o talento do bicampeão faz a diferença num carro ligeiramente inferior, como Senna o fazia nos últimos anos na McLaren;
– Barrichello vai bater o recorde de presenças em GP; Button… já ninguém sabe quem é e vai desaparecer na obscuridade.
– Fisichella tem de provar que vale a pena ser líder (?) da equipa que fecha o pelotão antes da reforma.
– Ralf Schumacher… terminou a sua carreira da forma mais humilhante possível, saindo de um Force Índia espatifado.
– Época de afirmação ou desilusão para os BM’s, Heidfeld e Kubica, bem como Sebastien Vettel.
– Espera-se que seja a época de confirmação total para Nico Rosberg.
– Atenção aos estreantes: Piquet Jr (sem pressão na Renault…), Sebastian Bourdais (um francês de volta à F1, e logo um multicampeão americano… – curiosidade de termos dois Sebastiões na mesma equipa, Toro Rosso: um francês e um alemão.)

Karting – Pedro Chaves
Está publicada a entrevista de Michael Augusto no blogue do Troféu Pedro Chaves.
Destaque ainda para a curta entrevista que Luís Agostinho deu ao blogue do Troféu Pedro Chaves.

Toffler – é tão simples ser visionário

E sobre a Europa?

Alvin Toffler – “Eu também gostaria de saber o que se vai passar. Depois da Segunda Guerra Mundial, o propósito da integração era político. Mas, na minha terminologia, isso não foi acompanhado devidamente por um mergulho na Terceira Vaga. A Europa continua sem a descobrir, de verdade, ao fim destes 50 anos. Se me falar de marcas europeias da terceira vaga, só encontro uma excepção – a SAP AG. O resto, lamento dizê-lo, está morto e bem morto. A vossa comunidade política e mesmo empresarial, por muito duro que isto custe a ouvir, continua a viver essencialmente no passado. A estratégia implícita dos vossos governos ou mesmo da burocracia em Bruxelas continua a ser esta: alimentar a primeira vaga, ou não tenha o ‘lobby’ da agricultura um peso enorme; apoiar a segunda vaga, de modo que empresas que não são competitivas sobrevivam; e ignorar, em larga medida, os empreendedores da terceira vaga.”

Alguém tem uma análise mais realista – e mais simples? Ler aqui a entrevista completa.

Março 13, 2007

“7) Proibir a contracepção e a investigação no campo da biologia de reprodução. Estas coisas contribuem para a independência das mulheres e para o sexo extramarital (…)

8) Reduzir o nível de vida padrão de toda a sociedade para níveis anteriores a 1995, pois o desafogo permite que pessoas solteiras, divorciadas, mulheres trabalhadoras e outros (…) se safem economicamente sozinhos. A família nuclear precisa de uma pitada de pobreza (nem de mais, nem de menos) para se manter.

9) Finalmente, remassificar a nossa sociedade (…) resistindo a todas as mudanças – na política, na arte, na educação, nos negócios ou noutros campos – que conduzam à diversidade, à liberdade de movimento e ideias ou à individualização. A família nuclear só permanece dominante numa sociedade de massas.
Em resumo (…) se desejamos verdadeiramente restaurar a família da Segunda Vada, será melhor prepararmo-nos para restaurar a civilização da segunda Vaga como um todo, congelar não só a tecnologia, mas também a própria história.”

Alvin Toffler (1980), A Terceira Vaga, Edição Livros do Brasil, p. 209-210

2 anos de Sócrates – que oposição?

Março 12, 2007

“Se queremos realmente restituir a família nuclear ao seu anterior domínio, coisas que podíamos fazer. Seguem-se algumas:

1) Congelar toda a tecnologia no seu estádio de Segunda Vaga para manter uma sociedade de produção em massa e com base na fábrica. Começar por destruir o computador. O computador é uma ameaça maior para a família nuclear do que (…) todos os movimentos gays e pornografia do mundo (…)

2) Subsidiar a manufactura e bloquear a ascensão do sector de serviço na economia. Os empregados de escritório, as profissões liberais e os trabalhadores técnicos são menos tradicionais (…)

3) Resolver a crise de energia aplicando energia nuclear e outros processos energéticos altamente centralizados. A família nuclear ajusta-me melhor a uma sociedad centralizada (…) e os sistermas de energia afectam grandemente o grau de centralização social e política.

4) Banir os media crescentemente desmassificados, começando pela televisão por cabo e cassete*, (…) As famílias nucleares funcionam melhor onde há um consenso nacional sobre informação e valores, e não numa sociedade baseada em grande diversidade.

5) Recambiar à força as mulhres para a cozinha. Reduzir os ordenados das mulheres ao mínimo absoluto. Enfraquecer as provisões sindicais (…) para garantir que as mulheres se encontrem em cada vez maior desvantagem na força de trabalho. A família nuclear não tem núcleo se não ficarem nenhuns adultos em casa (…)”

(continua)

* não esquecer que o livro é mesmo de 1980.

Março 11, 2007

“Hoje dizem-nos repetidamente que «a família» está a desmoronar-se ou que «a família» é o nosso problema número um. (…) No entanto, quando falam de «família» tipicamente não se referem à família em toda a sua luxuriante variedade de formas possíveis, mas sim a um tipo particular de família (…) o que têm em mente é um marido-que-ganha-o-pão, uma mulher-dona-de-casa e um certo número de filhos pequenos. Embora existam muitos outros tipos de família, foi esta forma familiar particular – a família nuclear – que a civilização da Segunda Vaga idealizou, tornou dominante e espalhou pelo mundo. (…) a sua estrutura ajustava-se perfeitamente às necessidades de uma sociedade de produção em massa com valores e estilos de vida largamente aceites, poder burocrático hierárquico e uma clara separação entre a vida doméstica e a vida no mercado de trabalho. (…) Se queremos realmente restituir a família nuclear ao seu anterior domínio, coisas que podíamos fazer. Seguem-se algumas: (…)

(continua)

Março 10, 2007

Crise de Valores
“Durante a Grande Depressão da década de 1930, milhões de homens foram despedidos do emprego. (…) muitos mergulharam em extremos de desespero e culpa, com o ego despedaçado pelo talão cor-de-rosa do despedimento.
Com o tempo, o despedimento veio a ser visto a uma luz mais razoável – não como resultado da indolência ou da fraqueza moral do indivíduo, mas sim de forças [económicas e políticas] gigantescas fora do controlo do indivíduo (…) eram estas coisas, e nãoi a fraqueza pessoal dos trabalhadores dispensados, que causavam o desemprego. Os sentimentos de culpa eram, na maioria dos casos, ingenuamente injustificados.
Hoje, mais uma vez, egos quebram-se como ovos contra a parede. Hoje, no entanto, o sentimento de culpa associa-se mais à fractura da família do que à economia. Os milhões de homens e mulheres que se afastam dos destroços dispersos do seu casamento também sentem as agonias da auto-culpabilização. E mais uma vez a maior parte desse sentimento de culpa é injustificado. (…) quando o divórcio, a separação e outras formas de desastre familiar abrangem milhões de pessoas ao mesmo tempo e em muitos países, é absurdo pensar que as causas são puramente pessoais. (…)

Alvin Toffler (1980), A Terceira Vaga, Edição Livros do Brasil, p. 206-207

(continua)

(o que vale é que haverá sempre pessoas a pugnar pelos valores e contra o descalabro moral.)