Archive for the ‘Os Golpes’ Category

Mais um mesito

Abril 8, 2010
Autoria: João Baltazar

Enquanto não há mais novidades, há sempre o Twitter.
Os Golpes – “O elo perdido entre Heróis do Mar e The Strokes”

http://www.youtube.com/v/xAW8tRk4CRw&hl=pt_BR&fs=1&

Excelente síntese na Rua de Baixo, com respectivo artigo e entrevista.

RB: Se o Rui Veloso foi o pai do novo rock português, nos anos 80, quem o é agora?
OG: O verdadeiro pai (e mãe) do roque português é o José Cid e como ele, ainda, não há ninguém.

RB: Esta nova vaga de novo rock, cantado em português e com uma portugalidade assumida, poderá ser apenas um hype?
OG: Se hype significar excitação, burburinho, entusiasmo em relação a uma coisa que é recente, sim, é um hype. Se esse entusiasmo puder ser traduzido em algo mais consistente só o tempo o dirá. No que aos Golpes diz respeito, interessa-nos que a nossa existência não fique limitada por este momento e que tenha uma expressão forte para lá do que está a acontecer agora.

RB: Das bandas que referi, Os Golpes serão os que têm essa portugalidade mais assumida. Não só por cantarem em português, mas por causa da iconogradia assumida. Eu começava por perguntar o porquê das pinturas, a cruz de Cristo, ou mesmo Alter do Chão?
OG: Tem a ver com gostarmos de Portugal, tem a ver com acreditarmos que sendo portugueses podemos usar símbolos nacionais e transformá-los em iconografia pope, tem a ver com a construção de um imaginário em torno das canções que criamos. Alter do Chão foi o sítio onde encontrámos a generosidade que nos permitiu filmar o nosso teledisco, com as condições, financeiras, humanas, etc, que tínhamos. Temos uma grande dívida de gratidão para com essas pessoas.

RB:Também encontramos aqui um paralelismo com a iconografia dos Heróis do Mar. Não temem ser associados ao nacionalismo exacerbado, como aconteceu com eles?
OG: É uma associação que não faz sentido. Como não faz sentido fazê-lo com Os Belenenses ou com a federação portuguesa de futebol por usar a cruz de cristo. O que faz sentido para nós é ter a liberdade de poder utilizar iconografia que gostamos, que faz parte da nossa História, pegar nela e dar-lhe significados novos, torná-la nossa, torná-la pope. Como os Heróis do Mar fizeram, nós fazemo-lo à nossa maneira. Não existe qualquer sentido político.