Archive for the ‘motociclismo’ Category

Refreshing

Junho 1, 2008

É muito instrutivo e refrescante o tom do texto publicado por um dos nossos 7 bloggers sob o pseudónimo “Viver Melhor”, que vem na linha de outros textos publicados. Para estimular o debate, permito-me colocar algumas questões.

– Deveremos, pela milésima vez, atribuir ao carácter das pessoas portuguesas essa tendência para o pessimismo e para o fatalismo? De acordo com estudos recentes, é bem possível que sim, que existam reflexões e provas aprofundadas sobre a hipótese de que o português, aliás, as sociedades católicas, são, pela sua própria natureza, pessimistas, sem capacidade de pensar por si próprias e necessitando de um chefe ou de uma elite que lhes diga o que fazer.
Isso não impede, contudo, que muitos dos aspectos negativos da sociedade portuguesa não se verifiquem igualmente e com igual acuidade noutras sociedades. Mas essa é outra questão.

– Há uma outra questão que importa analisar: à medida que o nível de globalização se aprofunda, vai havendo menos espaço para a criação e manutenção de PME. Essa tem sido, com efeito, uma luta da União Europeia com sucesso relativo, mas a verdade é que cada vez mais são precisos mais meios, mais apoios, mais mercados, e a taxa de risco é maior. As PME têm cada vez menos margem de manobra para concorrer com as grandes – na verdade, é um efeito de concentração/fusão que se tem verificado com especial acuidade nos bancos, mas em outros sectores também.
A solução passará, certamente, pela criação de PME em sectores novos – a tal necessidade de inovação e de ideias criativas referida por “Viver Melhor” – que não esteja ainda controlados por grandes empresas.

Dou um exemplo ao calhas, por exemplo, no sector de softwares de gestão imobiliária. O “timing” certo para o surgimento de iniciativas desse género foi na viragem do milénio, quando a construção estava a todo o vapor e a internet começava o seu processo de massificação. Hoje, uma iniciativa do mesmo género está praticamente votada ao fracasso: o mercado está totalmente absorvido e algumas das empresas possuem vantagens competitivas praticamente intocáveis, nomeadamente em termos do potencial de divulgação de carteira de imóveis que oferecem aos seus clientes. Junte-se a crise no imobiliário e está tudo dito.

O timing certo é, portanto, um elemento crucial.

Agora fazemos um intervalo com uma boa palermice a fazer lembrar o Jogo do Ganso.

http://www.youtube.com/v/84_QL1kEmH4&hl=en

– Há um ambiente em Portugal que é relativamente anti-inovação: o facto de não existir uma cultura de empreendedorismo faz com que o empreendedor que falha fique com uma margem de manobra muito menor perante as instituições de crédito. É verdade que ouvimos por toda a parte que o país precisa de empreendedores e de inovação, e tal – mas este “discurso da inovação” não chega a todas as portas. Esse é um risco extra para o jovem empreendedor português, mas enfim – é mais um risco.

– Uma outra questão ainda, já fora do âmbito deste: deverá o Estado diminuir significativamente a carga fiscal, de forma a aliviar a classe média, ou deverá, pelo contrário, recompensar o trabalho e penalizar o consumo, baixando o IRS e aumentando o IVA?

Toponímia Lusitana (link)

Azóia – do árabe zâwiya (“recanto“). era o edifício-sede de uma Irmandade Espiritual sufi e residência do respectivo Mestre, com sua família e servos. era um lugar de iniciação e de instrução filosófica e espiritual. dispunha de celas para os neófitos, jardins e, não raramente, de uma pequena mesquita. nas sessões regulares praticava-se um ritual que compreendia numerosas práticas de elevação espiritual, a rememoração dos nomes de Deus (Allah), a entoação de litanias ou ladaínhas e a leitura de trechos dos grandes mestres, seguindo-se um silencioso ágape. lugares de meditação, leitura e escrita, as “azóias” eram, interiormente, lugares de silêncio, recolhimento e calma. porém, ao seu redor movimentava-se uma romaria de neófitos, viandantes e peregrinos, que traziam oferendas e procuravam beneficiar do influxo espiritual do Mestre, a quem se reconhecia o poder de curar as doenças do corpo e da alma. Habitualmente, no fim da vida, o Mestre entendia por cumprida a sua tarefa e retirava-se como eremita, passando a ocupar um morábito encimado pela respectiva qubba, ou “cúpula“, construído pelos seus discípulos (ver “Cuba”). a importância religiosa, social e cultural destes lugares ultrapassou o período de domínio político muçulmano, pervivendo em dezenas de topónimos e, não raramente, passando a constituir lugares de invocação cristã.

Para finalizar, um acidente feio e que podia ter tido consequências bem piores, na corrida de 250cc de hoje, no circuito italiano de Mugello, propriedade da Ferrari. (Rossi ganhou na classe MotoGP.)

A Queda de Schumacher

Maio 21, 2008

Michael Schumacher abandonou a Fórmula 1 no topo das suas capacidades (não exactamente no topo da carreira) para evitar a sua queda, como aconteceu a outros desportistas, nomeadamente a Damon Hill e a Eusébio. No entanto, parece que a queda de Schumacher foi mesmo inevitável.

Schumacher está a participar num campeonato alemão de Superbikes (onde tentou participar com um nome falso, mas foi rapidamente descoberto) mas a coisa não está a correr muito bem. Na última corrida, no circuito de Oschersleben, Schumacher abandonou depois de uma queda, felizmente sem danos.

É claro que não vamos “cobrar” se Schumacher não tiver grande sucesso nesta sua experiência, afinal ele está reformado mas ainda é demasiado novo para se entregar ao golfe. Há um certo paralelismo com Rossi, que tentou a sorte nos carros – precisamente, na Ferrari – e também não correu bem. O desporto hoje está demasiado profissionalizado e exige dedicação a 110%. Longe vão os tempos em que um talentoso podia ser campeão mundial de Fórmula 1 e também de 500cc em motas.