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Lenda de Amor (de A-Do-Barbas e Mélvoa)

Janeiro 3, 2008
A lenda que vos vou contar hoje, faz parte do livro “Lendas do Pinhal do Rei” de José Martins Saraiva, excelente escritor, grande poeta e ilustre vizinho dos meus pais. “Amor-Infanta” retrata a vida de uma mulher que viveu em tempos antigos entre A-Do-Barbas e a Mélvoa, numa zona chamada pelos populares de “Tufeira”. Não querendo pecar ao retirar beleza à fantástica obra do Sr. José Saraiva, irei resumir o texto original para que não se torne muito “maçudo” de ler por parte dos nossos leitores.
Por volta de 1850, havia no pequeno lugar de A-Do-Barbas, um casal de lavradores abastados que possuíam uma linda e meiga filha, que apenas saia de casa para ir à missa e ao jardim. Feita mulher, linda e ingénua (um pouco como todas são no fundo…), o destino acabou por pregar uma partida à sua vida. Num domingo qualquer, na missa semanal, os olhos da inocente menina encontraram os olhos de um rapaz sabido. A troca de olhares continuou durante várias semanas, até que o pai da menina acabou por reparar, preocupado com a situação decidiu inquirir sobre o rapaz. Acabou por descobrir, que o rapaz era de Coimbra, náo tinha familia e tinha um mau emprego. O pai decidiu então, antes que o diabo as fosse tecer, arranjar noivo pa sua inocente filha. Ofereceu à jovem o melhjor partido da freguesia, um jovem rico com boas possibilidades de dar à jovem uma vida boa. Prontamente, a menina rejeitou o pedido de noivado arranjado pelo seu pai, uma vez que cria casar quando amasse alguém.
Os domingos foram passando, a troca de olhares continuou e a menina cada vez se sentia mais atraida pelo misterioso rapaz. Um belo domingo, o jovem deixou no banco da igreja em segredo um recado para a jovem, que combinava um encontro à meia-noite á porta do quintal da casa da rapariga. Inocente e ingénua, ela decidiu aceitar o convite e apareceu no encontro à hora marcada. O rapaz como homem que era, sabia dar bons papos e cantou a estória do vigário á jovem. “És muito linda, gosto muito de ti, és um anjo… etc, etc…”, latim que elas gostam de ouvir e que as convençe ao fim de algum tempo.
Os encontros secretos foram se sucedendo, sem que o pai da menina suspeitasse de nada. Certa altura, a menina começou a andar meio triste, pálida e um pouco doente. Um dia o pai acabou por descobrir que a sua querida filha estava grávida e que o ávido rapaz tinha fugido depois de ter feito “amor gostoso”. Completamente fora de si, o pai da jovem, chamou todos os maus nomes que se podem chamar a uma mulher e disse que nunca mais a queria ver na vida.
Depois de algumas pequenas peripécias, a jovem saiu de casa expulsa por seu pai e foi viver para uma gruta na zona perto de A-Do-Barbas e da Mélvoa com o nome de “Tufeira. Durante muitos anos a jovem foi vista por lá com a sua criança, de um momento para o outro deixou de ser vista, ninguém sabe o que aconteceu à jovem.
Após tudo isto, resta-me lançar um convite ao Tiago ao Ismael e a quem mais quiser ir connosco, de partirmos em busca da gruta da “Tufeira” (sei mais ou menos onde fica) e confirmar vestigios de vida por lá, por forma a confirmarmos esta lenda…