Archive for Novembro, 2007

Falta um projecto político para Portugal? – II

Novembro 29, 2007

Continua a minha saga no blogue do MLS…

“Então bruscamente ataca-me todo o corpo, as vísceras, a garganta, o absurdo negro, o absurdo córneo, a estúpida inverosimilhança da morte. Como é possível? Onde a realidade profunda da tua pessoa, meu velho? Onde, não os teus olhos, mas o teu olhar?, não a tua boca, mas o espírito que a vivia? Onde, não os teus pés ou as tuas mãos mas aquilo que eras tu e se e se exprimia aí? Vejo, vejo, céus, eu vejo aquilo que te habitava e eras tu e sei que isso não era nada, que era um puro arranjo de nervos, carne e ossos agora a apodrecerem. Mas o que me estrangula de pânico, o que me sufoca de vertigem é teres sido vivo, é estares ainda todo uno para mim, na memória do teu riso, no tom da tua voz (…) E, todavia, pesa-me como uma pata de violência a realidade da pessoa que somos. Há muita coisa a arrumar, a harmonizar, muita coisa ainda a morrer. Mas por enquanto está viva. Por enquanto sinto a evidência de que sou eu que me habito, de que vivo, de que sou uma entidade, uma necessidade do que existe (…)
Vergílio Ferreira, Aparição

Briosa

Novembro 27, 2007

O post anterior não podia ter sido mais a propósito. Não, a sério. Há que dar especiais parabéns ao Daniel por esta manifestação de confiança e de fé no futebol da AAC.
A AAC desceu esta semana aos lugares de despromoção. (Para mim, especialmente, o facto é absolutamente inédito: a Liga só tem dois lugares de despromoção, que estão neste momento ocupados pela Briosa e por um clube que goza da minha simpatia que é a União de Leiria.) Ora, ao contrário do que acontece com a esmagadora maioria dos adeptos de futebol (em especial dos 3 grandes), não é nos grandes momentos que devemos apoiar a equipa, mas em todos. Especialmente nos maus, quando a equipa mais precisa do nosso apoio. É nesta hora de maior aflição que não podemos regatear esse apoio!

Nesta foto temos em primeiro plano o dr. Fernando Pimentel, o criador do emblema da AAC (agora a vénia é a um cidadão chamado Lino, que postou esta foto no skiscrapercity.com)

Agora, fiquemos com a história deste emblema, em texto respeitosamente copiado do blogue “A Guitarra de Coimbra

“O actual emblema da AAC respeita primacialmente à Associação Académica de Coimbra (AAC), bem como à sua equipa de futebol, a Académica, identificada como “Associação Académica de Coimbra. Organismo Autónomo de Futebol” desde 1984.
Quem teve a ideia do emblema foi o dirigente académico e notável jogador da Académica, Armando Sampaio, que era natural de Portalegre e estudou Medicina na UC. A encomenda foi feita ao estudante Fernando PIMENTEL, no ano lectivo de 1927-1928, sendo Presidente da AAC Jaime do Rego Aleixo.
O desenho, de enorme simplicidade e grande carga simbólica, é de um geometrismo modernista tendencialmente abstracto, aproximando-se das certas tendências então experimentadas no campo das artes plásticas. Pimentel rejeitou liminarmente a ideia de uma bola ou de um escudo, optando por um losângulo de contorno grosso preto, no interior do qual dispôs, na parte superior, as três letras AAC, e em baixo, a Torre da UC e a silhueta do telhado da Sala dos Capelos.
A sorte deste emblema foi extraordinária, logo se espalhando as imitações por muitos clubes desportivos portugueses e outras associações estudantis.
A autoria do emblema e respectiva propriedade jamais foram registadas pelo autor, Dr. Fernando Pimentel, nem pela legítima detentora, a AAC. Vazio tão apetitoso terá levado dois estudantes a tentarem o registo fradulento deste emblema na 2ª metade da década de 1990.
AMNunes”


Já estamos habituados a que a Briosa lute contra a despromoção e no fim consiga garantir a permanência! É uma forma de termos emoção e algo para festejar na Queima! Esta época também será assim! FORÇA BRIOSA, ESTAMOS CONTIGO!

Deixei a casa – Mancha Negra

Novembro 27, 2007

http://www.youtube.com/v/koPAFyLvil8

Pequeno clip que fiz com a música Deixei a casa da Mancha Negra

Mais Coimbra…

Novembro 26, 2007

Pedindo as devidas desculpas aos leitores que não têm Coimbra como especial motivo de interesse (e ainda são uns quantos!), mas uma fortuita pesquisa sobre fóruns de imobiliário valeu ao meu departamento a descoberta deste fórum internacional de arquitectura e urbanismo

www.skyscrappercity.com

No qual se inclui uma vasta rubrica sobre Coimbra.

a Torre de Santa Cruz estava situada em frente ao Jardim da Manga (visível na foto) e ao lado do actual quartel da PSP. Foi demolida a 3 de Janeiro de 1935 devido ao risco de desabamento.

Já não há comboios no Largo da Portagem, e muito menos a vapor…

Os direitos de autor não foram salvaguardados, mas há que fazer a vénia a um cidadão chamado Daniel Tiago, ou Daniel332. Obrigado pelo serviço público prestado!

adenda ao 4º aniversário

Novembro 25, 2007

A pedido de muitas famílias, a Administraçao do Blogue da SARIP decidiu incluir este vídeo no âmbito das comemorações do 4º aniversário do Blogue.

4º aniversário

Novembro 25, 2007

O blogue da SARIP comemora hoje o seu 4º aniversário.

Fernando Pessoa questionava-se, a dada altura da sua “carreira”, e ao ler escritos seus antigos, que já não se revia neles. Quem sou eu? Quem é aquele indivíduo que escrevera aquelas coisas absurdas? Que distância há entre mim e mim?

O poeta chamava a atenção para um problema, afinal, simples: as pessoas mudam ao longo da vida. Crescem, envelhecem, tornam-se mais maduras. Não é preciso um génio da caveira de Fernando Pessoa para reconhecer isto.

É por isso que, se os nossos leitores forem vasculhar os nossos arquivos, possivelmente encontrarão pérolas já perfeitamente datadas. Alguns desses textos parecem oriundos de um passado mais ou menos distantes, escritos por uma malta relativamente imatura.

Hoje, estamos mais velhos, mais maduros, com outro sentido das coisas. Mas ainda estamos longe dos 30 anos, com a possível excepção do nosso blogger mais velho, mais representativo e menos participativo na concepção do blog.

Quer isso dizer que temos mais juízo? Não, nem por isso. O blogue continua atulhado de palermices e irreverências, só que agora com um pouco mais de estilo, de classe, de… finesse. Ah bon!

Atingimos o milésimo post (num momento memorável, durante a Serenata Monumental da Queima das Fitas) e o blogue atravessa um período de inesperada vitalidade, depois de algumas crises de criatividade. Esperamos que os nossos fiéis leitores continuem a passar por aqui, pois apesar da multidão de leitores que aqui tropeçam ocasionalmente (e agora que o blogue da SARIP adoptou a tecnologia do Google Analytics, temos montes de dados curiosos que um dia serão revelados), são os fiéis, aqueles que continuam perenemente a aturar as nossas parvoíces, que mantém este blogue tão vitalístico!

(Tão criativo que até criamos neologismos.)

Para comemorar, fiquemos com algo sem rigorosamente nada a ver: um pouco de praxe à maneira das universidades mais antigas e civilizadas!

Quanto à SARIP, essa continua tão activa como sempre. E 2008 vai trazer novos e grandes eventos…

Falta um projecto político para Portugal?

Novembro 25, 2007

É extremamente raro eu fazer ligações entre o que publico aqui ou no blog do Movimento Liberal Social. Desta vez vou fazê-lo porque o tema em questão – Portugal e o futuro – não é tão associável a um determinado pensamento ideológico como outros temas – especialmente se for tratado da maneira livre como o pretendo fazer.
Vou também fazer a ligação para não atulhar este blog com texto. Já tenho coisas suficientes para o atulhr, nomeadamente com uma eventual lista de expressões da Língua Portuguesa nascidas com as invasões francesas, ou com mais vídeos de Senna e Schumacher, nomeadamente este do GP do Brasil de 1994, no qual seguimos a bordo do carro de Schumacher com o Williams de Senna já muito próximo,

que eu creio que tenha sido o Grande Prémio desportivamente mais relevante da década de 90, mas essa análise fica para outra altura.
Refira-se que, para a hesitação de Alonso em assinar com a Renault, poderá estar a contribur a ameaça que paira sobre a equipa francesa devido às acusações de batota

A Evacuação

Novembro 24, 2007

Segundo o Sapo, faz hoje 200 anos que a Família Real embarcou para o Brasil, e parece que vai haver uma recriação em Lisboa. Em rigorosa verdade, se podemos dizer que hoje começou o embarque, a verdade é que embarcar 15 000 pessoas e respectiva tralha

(15 000 pessoas)

não se faz numa manhã. Foi por isso que, quase uma semana depois, no dia 30 de Novembro, quando chegaram os primeiros franceses, ainda houve tempo para mandar algumas salvas de canhão ao último dos navios da comitiva que ainda se avistavam da Barra. (ou será isto um mito urbano?)

A retirada é habitualmente considerada uma fuga, um acto de cobardia. Certamente que o povo se sentira abandonado, já que “eles” fugiam e deixavam-“nos” pr’aqui, e que se desenrascássemos com os ocupantes. Creio, aliás, que é esse ponto de vista que é veiculado pela “Visão” desta semana.
Pessoalmente, discordo. Na situação em que Portugal estava, pequeno entre maiores, ia sair sempre mal. Foi, aliás, o destino de todos os países que não os das 6 potências europeias, todos se saíram mal. A Dinamarca encontrou-se numa posição simétrica à nossa: obedeceu ao Bloqueio Continental de Napoleão, e a resposta foi o bombardeamento de Copenhaga por navios britânicos. (e nem por isso se safou da influência francesa.) A Holanda foi primeiro governada pelo “rei” Luis Bonaparte e depois tornada província do Império Francês, etc. Portugal não deve ter, por isso, quaisquer complexos de inferioridade – simplesmente, neste mundo os pequenos têm poder limitado face aos grandes.
Ora, a decisão do Príncipe Regente foi original, inédita e, mais tarde, copiada. Com o governo português no Brasil (em território português), a parte “europeia” de Portugal podia considerar-se, com toda a propriedade, território ocupado. Com a classe política exilada, houve poucas oportunidades para a baixeza e o dobrar de espinha que uma ocupação militar sempre causa na sociedade ocupada. O país estava, para todos os efeitos, suspenso. E isso contribuiu decisivamente para que a presença francesa nunca fosse vista como aliada,

apesar deste famoso quadro que representa Junot como protector de Lisboa

e “El-Rei Junot” nunca passou de um pobre diabo, em pânico, a deslocar tropas de Norte para Sul e de Este para Oeste, com um problema bicudo causado pela esquadra russa bloqueada em Lisboa, *

(esta merecia um post à parte)

e até ao desembarque dos Ingleses na Figueira, no ano seguinte, que foi a ameaça final ao reinado junotiano. O próprio Napoleão reconheceu mais tarde que a atitude do Príncipe Regente fora a mais acertada para os interesses portugueses.

Talvez a geografia explique em parte esta atitude. Portugal esteve sempre virado para o oceano; parece quase natural que o Rei se ponha a salvo numa ocasião destas. Já a Espanha é um país mais continental e europeu; a monarquia não fugiu para o Peru nem para a Venezuela; o rei de Espanha encontrou-se com Napoleão e, em vez de lhe dizer “porqué no te callas?”, agachou-se e aceitou que o Imperador aliado o substituisse por José Bonaparte; e durante vários anos a dividida família real espanhola foi um alvo permanente de enxovalho e humilhação – pelo menos até o exército inglês dp general Wellington, vindo de Portugal, penetrar em Espanha e começar a empurrar os franceses para Bordéus.

Mal por mal, o exílio foi sem dúvida a melhor escolha. Até porque criou um precedente: na Segunda Guerra Mundial foram inúmeros os governos de países ocupados que decidiram exilar-se, mantendo assim, para todos os efeitos, o direito legítimo do país a retomar a normalidade assim que possível. Tanto assim que a Wikipedia tem uma entrada para governos no exílio, onde falta ainda o caso português do Príncipe Regente D. João. (com a diferença de que o exílio foi para território português…)

O que se passou depois da terceira invasão francesa foi chato, mas fica para outra altura.

a religião dos ateus – e outras coisas

Novembro 23, 2007

os ateus já têm a sua própria Igreja. Não apenas a sua “religião”, a de terem fé de que Deus não existe, mas uma Igreja propriamente dita. Nasceu no Texas, Estados Unidos da América, e chama-se Igreja do Pensamento Livre de Houston.

O dólar cai
Longe vão os tempos em que um amigo meu, oriundo de um país africano, se queixava de que o seu dinheiro em dólares desvalorizava.
A expressão “longe vão os tempos” é aqui tomada em sentido literal, e não no sentido que se lhe dá habitualmente. Longe vão os tempos, mas se esse meu amigo não trocou já para euros, não sei como será agora…

Silêncio em torno de Alonso
Nem um pio.

Um texto sobre educação sexual
De autoria do Eng. Berto Messias.

F1 – mais um vídeo da temporada de 1993
Se me pedissem para escolher qual a temporada de maior nível da década de 90 (um tema que eu e o Nuno não abordámos, em devida altura), eu diria que foi 93.
Aqui, um toque entre Senna e Schumacher – a glimpse do fabuloso Duelo Desportivo que a Morte nos roubou.
http://www.youtube.com/v/JG_kzxKTrpA&rel=1

http://www.youtube.com/v/Pyp34v6Lmcc&rel=1

Está Publicada

Novembro 22, 2007

a entrevista que João Rodrigues deu ao blog do Troféu Pedro Chaves.

Hoje não temos a rubrica “Alvim & Dartacão”, mas apenas uma palermice.
http://www.youtube.com/v/m75i68Ob8ko&rel=1